quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Individualidade biologica

Este assunto é muito inserido na área de nossa atuação, pois lidamos com pessoas, cada uma com suas próprias individualidades biológicas , morfológicas e psicológicas , cabe ao professor ou treinador como queiram chamar, com sua experiência de analise após um período de treino com o mesmo aluno, identificar alguns detalhes dos quais vão fazer a diferença para os resultados que o mesmo busca atingir.
Existem vários protocolos de treino que direcionam os objetivos , porem muitos não inserem nos protocolos a individualidade biológica de cada pessoa.
As visões precisam ser ampliadas para que possam perceber que não existe a melhor formula, ou o melhor treino. Existe sim a mais adequada para cada tipo de pessoa, hoje em dia vê-se muito por ai os professores querendo atingir a falha concêntrica em todos os alunos, treinando até a total exaustão  Quem disse que isso é uma regra? Do mesmo modo que para certos tipos de pessoas esse método é interessante para outros não é muito eficaz.
Não podemos nos prender apenas no modismo e no que dá resultado para algumas pessoas e levar isso como regra.
Vamos discernir e observar mais para que possamos valorizar nossa área realmente como uma área profissional.
A periodização acompanhada de observações mensais de acordo com cada método utilizado em cada aluno é muito importante para dar os parâmetros de como devemos prosseguir com os mesmos, sempre utilizando a avaliação física como modo de acompanhar as evoluções em cada tipo de treino.
Essa é a diferença de um treino personalizado, não é o quanto você consegue fazer seu aluno sofrer, mas sim o quanto conhece dele e adéqua a ele os melhores treinos para sua individualidade.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Treinamento Resistido com Oclusão vascular!!!

Interessantíssimo vale a pena ler e ficar a par do assunto, um método muito curioso que vem sendo muito estudado para gerar hipertrofia muscular e outros benefícios !!
Desenvolvido em 1966 pelo cientista do esporte e fisiculturista japonês Yoshiaki Sato, o Kaatsu Training é um método de treinamento que promove a oclusão vascular e a hipertrofia metabólica, levando ao desenvolvimento de músculos com exercícios de baixa carga de peso, sendo bastante eficaz para pessoas em processo pós-cirúrgico ou que têm problemas nas articulações e não podem treinar com grandes cargas.
Ainda pouco conhecida no Brasil, a técnica tem sido bastante estudada e um de seus apreciadores, praticantes e palestrantes é o doutor em Fisiologia Alex Souto Maior, do Rio de Janeiro (RJ), que treina o Kaatsu Training há aproximadamente um ano e chegou a dar um curso sobre o assunto no Brasília Capital Fitness, no último dia 6 de outubro. “Conheci esse método japonês por meio de um amigo que é professor universitário. O pai dele sofre de uma patologia chamada miosite, que é uma doença auto-imune que afeta os músculos e é degenerativa. Na intenção de melhorar a qualidade de vida do pai, ele passou a pesquisar o método de oclusão, viu que havia um ganho hipertrófico e passou a aplicá-lo. Depois de um tempo, o pai dele ainda estava bem e as pessoas que haviam sido diagnosticadas na mesma época já estavam na cadeira de rodas. “Me interessei e comecei a estudar e praticar esse tipo de treinamento”, conta.
Kaatsu Training - treino em oclusão
O treinamento de Kaatsu é feito como outro exercício, como a musculação por exemplo, sendo que o membro trabalhado é preso com uma bolsa pneumática para reduzir o fluxo sanguíneo no músculo. Estudos têm demonstrado inclusive que, apesar de ser comumente praticado nos membros, a oclusão tem eficiência na hipertrofia de outros grupos musculares também. Sato chegou a desenvolver e patentear equipamentos para o treinamento em 2003, mas como são japoneses e demandam um treinamento realizado no Japão, são difíceis de adquirir no Brasil. Tal limitação, no entanto não atrapalha na prática, já que Alex Souto Maior lembra que os praticantes “dão um jeitinho” ao adaptarem equipamentos de aferir pressão arterial para o uso no método de oclusão.
Por restringir a circulação, o método japonês não é totalmente isento de riscos, tanto que em 1967, seu criador, Yoshiaki Sato, quase morreu por causa de uma embolia pulmonar causada pelo treino em oclusão. “Existem dois tipos de bloqueio: o parcial e o total. Se o profissional não tiver treinamento, corre o risco de fazer um bloqueio total do fluxo sanguíneo. Alguns estudos preconizam que o ideal é aferir a pressão do aluno em repouso e usar a sistólica, que é a maior, como a pressão ideal para manter durante todo o treino. Assim, alguém com pressão 12 x 9 vai treinar com pressão de 120 mmHG no equipamento. Na intenção de adaptação do indivíduo, a gente reduz 20 mmHG dessa pressão sistólica, variando a pressão de oclusão entre 90 e 150 mmHG, no máximo”, conta Souto Maior, que tem um grupo de estudos do Kaatsu Training na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Cuidados essenciais no Kaatsu Training
“Exercício físico não tem contraindicação. O que existe é aluno contraindicado para aquela atividade”, explica o especialista em Fisiologia, que destaca que a prática do Kaatsu Training é limitada a quem já tem experiência e treina há bastante tempo, sendo vetada aos sedentários: “o aluno tem que passar pela adaptação neural do movimento, aprender os movimentos de força para, depois, com um profissional com conhecimento técnico, desenvolver um treinamento adequado”. Além disso, pessoas com fragilidade vascular, com problemas como varizes, por exemplo, também devem evitar o método de oclusão. “Se a pessoa tem essa tendência, evitamos porque a pressão do aparelho nos vasos é grande e pode haver a ruptura”, afirma.
No caso de alunos com doenças metabólicas como diabetes, hipertensão e colesterol altos, há estudos superficiais que não demonstram respostas maléficas à prática do Kaatsu. Democrática, a técnica também não tem restrições à pratica por mulheres.
Kaatsu Training promove forte ganho muscular
Apesar de promover uma hipertrofia rápida e com baixa carga de peso, o Kaatsu Training tem uma grande desvantagem: é um treinamento bastante doloroso. “Inicialmente a dor na recuperação é muito significativa”, aponta o praticante carioca, “durante o movimento não se sente tanto, mas depois, no intervalo, por gerar um comprometimento vascular, a dor é bem intensa. Em dois ou três treinos o aluno se adapta e ela minimiza”, encoraja Souto Maior.
Em uma comparação com a prática de exercícios sem oclusão, o especialista em Fisiologia destaca que a resposta hipetrófica do corpo chega com 80 a 85% da carga máxima e, com o Kaatsu Training, ela acontece, em média, com 30%. “Se eu usar de 20 a 40% da minha carga máxima, já tenho respostas muito significativas de hipertrofia”, incentiva. Pessoas que realizam exercícios aeróbicos, como a caminhada, também podem se beneficiar da técnica, pois apesar de catabólico, pesquisas apontam que o treino com oclusão levou a um ganho muscular muito maior do que sem a restrição sanguínea controlada.
Para quem passou por cirurgias que limitam o movimento, como a de ligamento cruzado anterior, que gera atrofia e perda de massa muscular, a simples oclusão ajuda ainda na recuperação do paciente. Alex Souto Maior lembra de um estudo japonês que mostrou que o bloqueio sanguíneo reduz em 20% a perda de massa nesses pacientes, já que a interrupção do sangue estimula a atividade metabólica e colabora com a liberação do hormônio de crescimento, que ajuda a aumentar o tamanho dos ossos e sua mineralização: “no pós-cirúrgico é extremamente eficiente por causa da atrofia e não compromete a articulação”, cita.
Kaatsu Training- foco na hipertrofia
Um dos principais atrativos da prática do Kaatsu Training está no aumento dos músculos. Esse processo acontece rapidamente por meio da hipertrofia metabólica, que é um “inchaço” dos músculos pelo acúmulo de líquidos: “quando faço a oclusão, gero pressão e acumula plasma no local, que não consegue retornar ao coração e fica ali. Esse acúmulo gera pressão hidrostática, ou seja, há mais água fora das células do que dentro delas e, para se preservarem desse desequilíbrio, as células e as fibras hipertróficas se abrem para que a água entre e igualem as pressões intra e extra-celulares. Quanto mais água dentro das células, maior o tamanho do músculo, gerando uma hipertrofia aguda que, quando acontece constantemente, passa a ser crônica”, descreve Alex Souto Maior.
Como outros exercícios, esse treinamento também causa inflamações, mas que segundo Souto Maior, não trazem riscos ao organismo porque o processo inflamatório é muito baixo. Ele conta ainda que a vasoconstrição libera óxido nítrico conforme o sangue é “liberado” para o músculo e inibe a miostatina, uma proteína que atrapalha o crescimento muscular. “O exercício gera microlesões que vão criar a hipertrofia de forma rápida porque o óxido nítrico ativa a célula satélite que vai gerar novas fibras musculares”, explica
Oclusão vascular